O Pantanal Poconeano________________________
|Geografia| |Hidrografia| |Fauna| |População| |Economia| |Costumes| |Alimentação| |Guias Turisticos| |Transpantaneira| Geografia0 Pantanal é considerado a maior reserva ecológica do mundo. Milhares de espécies da fauna, convivem harmoniosamente em meio a uma flora exuberante, num contato direto com a natureza, magicamente distribuída em seus mais de 230.000 km2 em_ território brasileiro.
Desta área, 80.000 km2 estão localizados no Mato Grosso e
o restante em Mato Grosso do Sul.
A população do Pantanal pode ser considerada pequena, se comparada a sua área; menos de 1 habitante por km2. Porém, circundando seus limites, já existem infra-estruturas urbanas consideráveis. São as grandes metrópoles que crescem dia-a-dia, como Cuiabá, capital de Mato Grosso e Campo Grande, capital de Mato Grosso do Sul.
Do circuito turístico do Pantanal, fazem parte também, as cidades de Barão de Melgaço, Poconé, Cáceres, Santo Antônio do Leverger e Livramento.
A Transpantaneira, a principal estrada do Pantanal, foi projetada para ligar Cuiabá a Corumbá, porém seu trajeto está concluído apenas até Porto Jofre.
Estes 145 km são considerados a via turística de toda esta imensa área, localizado unicamente no municipio de Poconé.
Entre os paralelos 16 e 22 e os meridianos 56 e 58° e 30' W Greenwich, aproximadamente estendem-se os 233.465km2 do Pantanal, como imenso ventre da América do Sul.
Há milhares e milhares de anos, quando o homem ainda nem existia nas Américas, um formidável movimento da Terra deixava liberar forças poderosas que provocaram o levantamento das cadeias de montanhas que separam o Pacífico e o Atlântico. Essas forças tectônicas que irrompiam do interior da Terra, mais poderosa que a dos maremotos e terremotos, elevaram a cadeia montanhosa dos Andes, formando um grande mar no interior da América do Sul. Esse mar levou milhares e milhares de anos para secar, formando a imensa planície aluviana do Pantanal. As águas dos rios que vinham do Norte e do Leste afluiram para essa planície, fertilizando suas terras baixas e planas.
Essa é uma das explicações de formação do Pantanal. Há outras discordantes que negam tenha havido mar e consideram a planície pantaneira resultado de outros fenômenos geológicos.
De todo modo, o Pantanal começa muito antes dessa extensa e contínua , planície quaternária. Começa nas Serras e Chapadões da Amazônia e do Centro-Oeste brasileiro, nas cabeceiras dos numerosos rios que trazem de longe os sedimentos com que vão fertilizá-la.
Hidrografia
O rio Paraguai juntamente com o
rio Cuiabá formam a espinha dorsal da teia das águas que formam o imenso delta interior
do Pantanal.
Suas águas em território brasileiro percorrem mais de mil quilômetros e vão sendo
engrossadas no sentido norte-sul pelos rios Cabaçal, Sepotuba, Jaurú, Cuiabá-São
Lourenço, Piquiri, Negro, Taquari, Aquidauana, Miranda e Apa. Os cursos caprichosos
desses rios, combinados uns aos outros, como a trama dos fios que lavram o bordado das
redes cuiabanas, vão compondo a paisagem das águas com lagoas, corixos, salinas, baías
e vazantes. É ao fluxo e refluxo das águas do Pantanal, em contínuo movimento, palpitam
as milhares de vidas que, em harmoniosa interação com o ambiente, formam um ecossistema
único, sem similar em todo o mundo.
Com declividade variante entre 1 e 2cm por quilômetro, no sentido norte-sul, as terras planas e baixas são mansamente inundadas durante a estação da cheia. Por entre quilômetros e quilômetros de áreas inundáveis, surgem pequenas elevações arenosas, de poucos centímetros, denominadas simbolicamente de "cordilheiras", refúgio dos animais da planície durante as cheias.
As águas das cheias não ficam fechadas, nem estagnadas. Escoam mansamente da planície bem drenada para o leito dos rios, durante a seca, deixando em seu rastro num ambiente fértil, onde crescem e viçam variadas espécies vegetais, especialmente de gramíneas de que se alimentam os famintos animais que permaneceram ilhados durante o período de pico da cheia.
Fauna
O ambiente aquático dessas águas
continentais, pacientemente produzido pela natureza, abriga uma extraordinária riqueza de
formas de vida. Aos poucos o Pantanal foi se
transformando num paraíso generoso. As tranqüilas lagoas formadas durante a subida das
águas oferecem um ambiente aconchegante e fecundo ao desenvolvimento de microorganismos
animais e vegetais. E eles se reproduzem prodigamente, constituindo uma riquíssima base
da cadeia alimentar. A fauna aquática tem na liberalidade dessas águas uma fonte
magnífica de alimentos que nutrem variadas espécies de peixes durante a desova.
Quando as águas refluem, milhões e milhões de alevinos com elas vão para os leitos dos rios ao encontro de seu destino. A opulenta fauna ictiologica do Pantanal povoa copiosamente as suas artérias hidrográficas, alimentando os outros animais da planície.
E que maravilha, um ninhal! É um inesquecível espetáculo de vida.
Tendo por cenário as águas que refletem o azul do céu e a vegetação discreta do
Pantanal, milhares e milhares de aves encenam essa maravilhosa representação do ciclo
vital. A contemplação das 12.000 a 15.000 aves adultas em seus ninhos, chocando ovos,
alimentando e protegendo suas crias, defendendo seu território, combatendo inimigos,
assistindo orgulhosas às primeiras e às vezes trágicas experiências de vôo de seus
filhotes e a visão da ronda dos animais que espreitam os ninhais à espera de um descuido
para abocanharem ovos e as pequenas e indefesas aves, permitem ao observador uma
experiência comovente.
E como é fascinante uma revoada de aves pantaneiras! E elas são tantas e de tão variados tipos, sempre em bandos numerosos ou em exuberantes formações de vôo.
Há aquelas que vêem e vão, como os patos da Patagônia
que na seca procuram o Pantanal para se alimentarem e nas águas retornam ao Sul da
Argentina para o acasalamento. Quando chega a hora de
partirem, enchem as noites enluaradas com o som do seu apelo aos companheiros para voarem
em direção ao sul, bordando no céu noturno sua caprichosa formação de vôo em
"diamante".
E há aquelas que para o Pantanal vieram e nunca mais saíram. Essas são as aves pantaneiras, irradiando exuberância no brilho de suas cores e na graça de seu vôo.
A de maior porte é o tuiuiú branco de colar vermelho que tece seus enormes ninhos em árvores mais altas ( Simbolo Oficial do Pantanal ).
Quando se observa um tuiuiú pachorrento, andando
preguiçosamente nos campos e nos alagados ou cismando sobre uma perna só, tem-se
impressão de que ele não é capaz de levantar vôo. Porém, após uma corrida pesada e
desajeitada, distende suas enormes asas numa formidável envergadura que lhe permitem
alçar vôo e planar sobre as águas das baías ou sobre o verde dos campos.
As garças brancas, voando aos bandos, quando pousam, é como um mágico desabrochar de flores alvas por sobre a copa das árvores.
As vezes sozinhas, passeiam silenciosas e indiferentes na beirada das lagoas, por entre tufos floridos de aguapés ou do verde novo dos capins.
E como são alegres os biguás ou mergulhões especialmente quando pousam espalhafatosamente sobre o espelho das águas serenas.
Os elegantes colhereiros, de preciosa cor-de-rosa, menos numerosos que as garças brancas, ainda deslizam pela amplidão pantaneira, ostentando a sua beleza rara.
Cabeças secas, baguaris e passarinhos de mil variedades imprimem movimento à paisagem com seus passeios ou com seu trabalho, ora procurando alimentos, ora tecendo seus ninhos, ora cuidando de seus filhotes, ora fugindo de predadores.
Há cerca de dez mil anos o homem chegou nesse paraíso.
Além das aves, encontrou alimento abundante nas águas e nos campos. Disputou com a onça pintada e a onça parda o seu território. Encontrou manadas de cervos e veados mateiros, capivaras, pacas, caititus, queixadas e antas que lhe forneciam carne e pele abundantes. Jacarés, aos milhares, conviviam na beirada das lagoas com sucuris e jibóias.
População
Os primeiros habitantes do
Pantanal vieram de diferentes direções e em diferentes levas migratórias.
Quando os colonizadores chegaram à procura de um caminho fluvial entre Assunção e as regiões de ouro e prata dos altiplanos andinos, confundiram o Pantanal com um grande mar de água doce, e deram-lhe o nome de mar de Xaraés, denominação com que figura nos documentos históricos e na cartografia da época.
Na primeira metade do século XVI, os espanhóis introduziram o cavalo nas missões do sul. Parte desses cavalos refugiou-se nos campos do baixo . Paraguai e começou a multiplicar-se extraordinariamente, dando origem ao famoso cavalo pantaneiro de peito forte e casco resistente à umidade.
Um século mais tarde, bandos de cavalos selvagens aparecia em vários pontos da região pantaneira .
Para algumas tribos que há muito já habitavam o Pantanal, o cavalo passou a representar uma nova caça de grande porte. Mas os grupos de Guaicurus que habitavam as áreas centrais do Pantanal e já exerciam um certo domínio sobre as demais tribos de caçadores, coletores e lavradores que habitavam o baixo curso dos afluentes ou das próprias margens do rio Cuiabá, aprenderam a empregá-lo como montaria, utilizando-o na caça e na guerra.
Economia
Surgiram mais tarde, consolidando definitivamente o domínio do colonizador sobre a extensa região do Pantanal.
Inicialmente, o interesse dos colonizadores era a
extração do ouro. Em função do ouro, estabeleceu-se um comércio com a metrópole e
com os principais centros da Colônia. Para o sustento das minas, faziam-se roças e
criava-se algum gado, o que levou ao início de uma ocupação discreta do Pantanal.
O estabelecimento de fazendas no Pantanal no século XVIII e primeira metade do século XIX se fez em torno dos núcleos urbanos de Poconé e Cuiabá, ao longo das margens do rios Paraguai, Cuiabá, Piquiri e São Lourenço.
A criação de gado era a principal atividade das antigas fazendas, cujo padrão de ocupação consistia na casa da sede, rancho dos camaradas, curralama e casa de engenho. A criação de gado era extensiva e de fácil manejo, graças aos pastos sempre verdes, aguada e salinas ou saleiros naturais.
O gado pantaneiro trazido de São Paulo pelos portugueses foi introduzido no Pantanal em 1730. As matrizes desse gado eram de raças vindas do Alentejo e mestiçadas com zebu, chino e caracu. Os fazendeiros de Mato Grosso importaram reprodutores de raça Franqueira, de Minas Gerais.
Nos campos do Pantanal, a degeneração dessas raças produziu um tipo de gado miúdo denominado baguá.
A vida das antigas fazendas do Pantanal era marcada pelo ciclo da criação do gado.
O gado vivia livremente em grandes manadas espalhadas pelos campos. Por si mesmos localizavam as salinas, pastavam as gramíneas tenras e macias e refugiavam nas "Cordilheiras" durante o pico das cheias. O ciclo anual das atividades do pastoreio era definido pela reunião do gado e separação das vacas com suas crias. Os bezerros eram levados para os currais em vaquejadas" para se fazer a marcação que iria distingui-los e assegurar a propriedade de seus donos na divisão comum dos campos do Pantanal.
O Pantanal tem múltiplas potencialidades econômicas. Com sensibilidade, comporta muitas iniciativas geradoras de riqueza.
O pantaneiro preservou a memória de parte do saber indígena sobre o meio ambiente o que certamente permitiu-lhe elaborar um diálogo franco e aberto com a natureza.
Os peões do Pantanal conhecem todos os segredos da lida com o gado, são excelentes cavaleiros exímiono laço e corajosos caçadores. Esses homens rudes, com pouca ou nenhuma alfabetização, possuem extraordinária sensibilidade na sua relação com a natureza, demonstrando invejável delicadeza no trato com a fauna e a flora. Prezam a liberdade dos campos e vivem em contato íntimo com a natureza, dela retirando sua subsistência, seus remédios e suas esperanças, denominado de HOMEM PANTANEIRO é o maior ecologista natural do Pantanal.
Costumes
Tem poucos bens, sendo a sua vida livre a sua maior riqueza. Vive isolado, possui hábitos simples. Conserva um folclore rico e produz um artesanato bastante variado e bem elaborado.
A música pantaneira sofreu forte influência da música fronteiriça, especialmente do Paraguai. As danças populares guardam a memória das múltiplas influências culturais do Pantanal. O siriri é uma dança alegre e exuberante, substitutiva dos bailes das cidades. E dançado aos pares que executam coreografia diferente conforme vão se alternando as cantigas, acompanhadas da viola de cocho, reco-reco e batuque ou percussão executada no mocho, banco coberto de couro.
O Cururu é uma dança que tem caráter ao mesmo tempo
sagrado e profano. Para alguns é de influência afropredominante, para outros é de
origem indígena. Independentemente de suas raízes , encorpou elementos culturais dos
colonizadores, dos negros e dos índios. É uma dança só de homens, executadas em louvor
a esse ou aquele santo. A cantoria do Cururu
abre espaço não só à louvação dos santos, permitindo também a crítica às
relações temporais profanas. A dança em roda, desenvolve-se na direção dos ponteiros
do relógio, acompanhada pela viola de cocho e reco-reco .
Os instrumentos musicais são produzidos pelos próprias tocadores, dando lugar a que cada qual tenha seu toque particular. A viola de cocho, a rede, o pote e o santo são os signos da moradia tradicional do pantaneiro.
A Dança dos Mascarados sobrevive em Poconé. Boi-a-Serra, Congo, Dança de São Gonçalo, Festa de São Beneditoe do Divino ainda estão preservadas em vários pontos do Pantanal.
Alimentação
O hábito de uso do Guaraná ralado diluído em água com açúcar, antes do desjejum é altamente difundido. Menos difundido, mas igualmente resistente é o uso do Tereré, chá frio preparado com o mate.
O regime alimentar do pantaneiro inclui três refeições. A primeira, denominada "quebra-torto" é feita de manhã, na maioria das vezes antes do nascer do sol. As refeições são á base de arroz, mandioca, farofa, revirado, um pouco de feijão e carne ou peixe, abundantes na região. A combinação entre essas iguarias é variável, ocorrendo duas ou três, ou mais, na mesma refeição.
O artesanato do Pantanal mantém ainda a maioria de suas
tradições. Ainda fiam e tingem fios de algodão para tecer redes em teares rústicos. As
redes podem ser simples, apenas com listas em duas cores e sem varandas, para uso
familiar. As redes mais elaboradas são atualmente tecidas com fios industrializados, com
bordados de fino lavror e varanda de puçá e crochete os riscos das redes lavradas passam
de mãe para filha e tem motivos florais ou de pássaros variados.
As mulheres pantaneiras, ricas ou , pobres de modo geral aprendiam a fiar e a tecer redes. Atualmente, a adição caiu em desuso entre as famílias de fazendeiros e donos de sítios, sendo peões e mantida entre mulheres de poneses, como forma alternativa de aumentar os ganhos familiares. A cerâmica é outra atividade artesanal de grande vitalidade. No Sul, destaca-se a cerâmica indígena já bastante modificada, mas ainda conservando uma policromia harmoniosa e desenhos variados. No Norte a cerâmica mais prestigiada é a de São Gonçalo, localidade ribeirinha próximo a Cuiabá e a de Poconé. Tanto no Sul como no Norte as ceramistas produzem cerâmica figurativa predominantemente decorativa, reproduzindo animais da região. Produzem imagens de santos e representações da vida cotidiana da população. A cerâmica utilitária vem diminuindo consideravelmente de produção, sofrendo a concorrência insuportável dos sucedâneos industriais de plástico.
Guias Turisticos
TRILHEIROS/ MATEIROS TURISTICOS DO PANTANAL
A cidade de Poconé possui os guias turísticos mais bem treinados no Estado do Mato Grosso, jovens estudantes que receberam aulas de história de Poconé, Pantanal, folclore, cultura, alem de treinamento especializado em sobrevivência no Pantanal.
Esses guias possuem treinamento na área de resgate, sobrevivência, orientação e localização, manutenção e pilotagem de barcos e motores.
Desta maneira os guias turísticos poconeanos proporciona aos turistas segurança, tranqüilidade e informações precisas sobre a região pantaneira de Poconé.
Os guias locais são treinados pelos Fuzileiros do 6° Distrito Naval de Landário MS.
A Transpantaneira é exuberante do começo
ao fim. Para o senso comum, ela começa em Poconé (100 quilômetros de Cuiabá) e termina
em Porto Jofre. Para irmos de Cuiabá, a capital do Estado de Mato Grosso devemos pegar
a rodovia MT-060 começa na BR-364, a 11 quilômetros da capital. Chegando a Poconé
passaremos a trafegar pela a Transpantaneira , Estrada Parque José Vicente Dorileo (
Zelito Dorileo )tem apenas 145 quilômetros., a beleza do Pantanal começa a ser vista de
fato a partir do posto fiscal do IBAMA (Instituto Brasileiro de Apoio e Defesa do Meio
Ambiente ) localizado no 16 km da rodovia.
O posto fiscal é exuberante por si só. O
portal que anuncia o início do Pantanal Mato-grossense é feito em madeira, de forma
rústica. A maioria dos turistas que o atravessa faz questão de tirar uma fotografia ao
seu lado. Ali, paga-se um pedágio: para passar com carros pequenos são R$ 5 e carros com
carrocerias ou caminhões, R$ 20.
Do posto do IBAMA para frente, começam as áreas alagadas. As pontes atravessam corixos
lindíssimos, com as águas totalmente incolores e pequenos peixes como traíras, piaus,
piranhas transformando o cenário num grande aquário natural.
Na verdade, esses pequenos corixos não deixam de ser rios, mas eles estão todos
transbordando. Suas águas se juntam com as de outros, e tudo vira uma água só. A cinco
quilômetros do posto fiscal do IBAMA, a água já tomou conta dos dois lados da
Transpantaneira. Nas árvores seus troncos estão quase submersos . É uma imensidão de
vegetação engolida por líquidos incolores. Parece o berço ideal para que esses
pequenos peixes cresçam e apareçam, até ter tamanho para cair no leito dos rios
pantaneiros.
A Transpantaneira encanta primeiro pelo
cenário de seus alagamentos e, depois, pela sua riquíssima fauna. A cerca de cinco
quilômetros do posto fiscal do IBAMA, começam a ser visualizados os primeiros bichos do
Pantanal. Como a água é muito farta, o primeiro anfitrião a se apresentar é o
mergulhão, que fica se refrescando nos dois lados da estrada, bem próximo aos carros que
passam. Num pequeno topo de terra que se sobrepõe às alagações, o cartão postal
pantaneiro se exibe, imponente: o formoso tuiuiú.
Se as águas pantaneiras encantam pela sua beleza, há os que reclamam porque elas forçam
a migração dos animais para áreas mais secas. Isso é verdade, tanto que, na seca, a
Transpantaneira, em agosto, setembro e outubro, apresenta muito mais bichos do que na
cheia. Nesta época, há trechos nas margens da estrada que ficam completamente pretos de
tanto jacarés. Ou de antas, capivaras, ariranhas e outros bichos.
Em vôos rasantes, o majestoso gavião plaina sobre a água para pescar o seu almoço, na
luta pelo pão de cada dia. As poucas áreas não alagadas são cobertas por uma
exuberante vegetação típica do cerrado. A alegria dos turistas aumenta na medida em que
a viagem avança. Surge a garça, branca como a neve, austera, com as patas na água,
esperando pelo seu almoço. O pica-pau, pequeno, está fazendo aquilo que mais sabe:
metendo o bico em um tronco de árvore. Em abril, o Pantanal está repleto de pica-paus.
O Pantanal é assim. Muda o trajeto da estrada, o estilo das pontes, mas não muda a essência do ambiente. Vê-se bichos isolados ou em bandos, todos lutando pela sobrevivência em busca de alimentos, muitas aves - estas mais em bandos do que em indivíduos, e gente, afinal, o Pantanal é feito também, e sobretudo, do Homem Pantaneiro maior zelador deste santuário ecológico, ninguém conhece e cuida do Pantanal, como o seu habitante natural ( O Homem Pantaneiro ) guardião de inúmeras tradições.
A interação entre o homem e o ambiente no
Pantanal Mato-grossense é intensa. Em uma pousada, a 45 quilômetros do portal do IBAMA,
os proprietários e funcionários da pousada chamam alguns jacarés que vivem
permanentemente no pátio por nomes distintos. Até aí tudo bem. O estranho é que cada
jacaré atende quando é chamado. E se desloca, acostumado a ganhar comida nessas
ocasiões. Em frente, em outra pousada, o velho e grande Zico também já virou cria da
casa. É um jacaré de quase dois metros, manso, inofensivo e comilão. Ele faz a alegria
da criançada.
O rio Pixaim é o
paraíso de turistas estrangeiros e daqueles que chegam ao Pantanal para fazer ecoturismo.
Um passeio por suas águas proporciona imagens inesquecíveis, demonstrando o que a
região tem de melhor em fauna e flora. É aconselhável passear por ali em épocas
certas, de acordo com os objetivos do turista. Para ver aves, o ano inteiro é bom, mas
só na época da seca é possível visitar os ninhais
- lugares onde os pássaros se
reproduzem. São milhares de aves em ninhos construídos nas copas das árvores. Os
ninhais são verdadeiros espetáculos.
Seguindo a trilha da Transpantaneira, a sensação é de descoberta, Sobretudo para quem
faz a viagem pela primeira vez. É possível deparar com o carcará (uma espécie de
gavião comedor de galinha), com o veado gaieiro, o jacu, o arancuã, a capivara, a garça
entre outro inúmeros bichos pantaneiros, basta Ter apenas um pouco de sorte. Em todo o
percurso, parece que há mata nas laterais, mas tudo não passa de ilusão. Na verdade,
ali tudo é alagado.
Continuando a viagem pela fauna pantaneira, as atenções se voltam agora para um pequeno
joão-de-barro que cumpre abnegadamente a sua rotina de pegar ramas secas e barro na beira
do igarapé para construir sua casinha no galho de uma vistosa árvore. A pequena ave tem
bom gosto: o seu futuro apartamento vai ser bem sombreado, arejado e de frente para uma
lagoa de água incolor. Esses momentos no Pantanal são de reflexão. São os momentos em
que entendemos porque tudo aquilo tem que ser, necessariamente, conservado, venha para
Poconé, sinta este prazer de conhecer o maior santuário ecológico do mundo, o Pantanal
mato-grossense.
Quem
nunca transitou por ali vai ver uma cena altamente difundida por TVs, jornais e revistas:
o gado pantaneiro pastando em pleno Pantanal, com as águas até o peito, num clima de
normalidade absoluta. Ou no meio da estrada, em tropa, com os vaqueiros vestidos a rigor,
cuidando dos rebanhos. Esta é outra cena que rende uma boa foto, e uma oportunidade que
muitos turistas não dispensam. Durante as cheias o Homem Pantaneiro é obrigado a retirar
seus rebanhos das regiões alagadiças levando-os para uma região mais segura, até a
época da vazante onde retornam os rebanhos, por isso a Rodovia Transpantaneira se torna o
único meio de acesso terrestre do Homem Pantaneiro ao Pantanal.
Dados do governo do Estado informam que o
pantanal abriga mais de um milhão de cabeças de gado. Além disso, a fauna é rica e
diversificada: são cerca de 600 espécies de aves, 240 de peixes, 80 de mamíferos e 50
de répteis.
Com duas estações anuais - a chuva e a seca - apresenta condições propícias para uma
infinidade de nichos ecológicos. A vida do pantaneiro é inteiramente regrada pelo fluxo
das águas. São seis meses de cheia (novembro/abril) e outros seis meses de vazante
(maio/outubro). O clima impõe, entre outras coisas, a peculiar forma de criação e
engorda de gado. A força da natureza também se traduz na adaptação dos cerca de 75 mil
cavalos pantaneiros.
Deve-se atentar também para as inúmeras flores do Pantanal, mas para enumerá-las e
denominá-las, faz-se indispensável o auxílio de um biólogo, tantas são as variedades.
Para você que vai visitar o Pantanal, por favor, não deixe de perceber a agradável presença da anhuma, uma espécie de "segundo cartão postal" da região, atrás do tuiuiú.
Venha se apaixonar pelo Pantanal que de tanto amor precisa e tanta emoção tem pra dar.
Melhor Vista e/ou Ouvida com Microsoft© Internet Explorer© 4.0
Resolução de 800x600
Pixels
Ultima Atualização.: 13/06/1999.
©1999, Fabiano Rabaneda e Mauricio Prado, Todos os Direitos Reservados.
As imagens e textos aqui contidos foram ofertados pela Prefeitura de
Poconé, sendo assim de sua exclusiva responsabilidade a publicação.